sábado, 30 de janeiro de 2016

A RECOMPENSA

Em um trem que se dirige da Capital para interior do Estado, retornando após muitos anos para sua cidade natal, o Sr. Antonio dos Santos, encontra-se muito ansioso para chegar ao seu destino.
O MOTIVO DA IDA PARA CAPITAL
Não suportando mais tanta pobreza e necessidades, pois não achava há muito tempo uma atividade que pudesse render algum dinheiro para o humilde sustento da sua família, vivendo do bem pouco que sua mulher recebia em troca de serviços domésticos, muitas vezes ficava sem comer para que não faltasse alimentação para seu filho, por este motivo resolveu ir para a Capital na esperança de conseguir algum trabalho que desse para mandar proventos para o sustento da mulher e filho.
MUITOS ANOS DEPOIS A VOLTA (diálogo com companheiro de viagem)
___ Moço a que horas chegaremos á Cidade de barão?
___ Se o trem não atrasar, chegaremos por volta das sete horas da noite.
___ É Barão é bastante longe! Já estamos viajando há muito tempo.
___ Reside lá Sr. Antonio?
___Moço, se bem lhe diga, nasci e me criei em barão, mas estou fora de lá há muitos anos, uns 15 mais ou menos.
___Seus familiares ainda vivem por lá?
___Sim, alguns parentes, porém só estou voltando pelo meu filho que deixei bem pequeno.
Alguns anos depois que viajei, recebi a notícia do falecimento da minha esposa, e meu filho passou a ser criado por uma tia, e agora o motivo da minha volta é tentar encontrá-lo, isto é se ainda estiver por Lá. Caso encontre o meu garoto, venho com a intenção de fazer alguma coisa para melhorar a sua vida, deve está com dezoito anos, pois estava com uns três quando me ausentei, agora estou pensando como ajuda-lo.
Conseguir durante estes anos fazer um pé de meia com meus trabalhos na Capital, e estou planejando em usar o que conseguir guardar, para ele.
___Quer dizer que valeu apena a tentativa na Cidade grande, e agora? pretende retornar?
___Não moço, Barão deve ter crescido durante estes anos, vai ser mais fácil iniciar alguma coisa por lá.
Como estou vendo que é uma pessoa de confiança, vou lhe falar,aqui nessa mala estou levando todas as economias que conseguir guardar em todos estes anos de trabalho na Capital e agora quero usar para ver se dou uma vida melhor para meu filho.
HORAS DEPOIS
___Acorde Sr. Antonio, já estamos chegando, vamos saltar.
___Hã! Até que fim, mas espere ai moço, você não me falou que também iria saltar em barão!
___Não? Há! Devo ter esquecido esse detalhe, venha vou ajudá-lo com a bagagem.
E O TREM AFASTA-SE DA ESTAÇÃO
___Bem meu velho, agora passe esta mala pra cá vamos. Quem precisa de dinheiro sou eu seu otário.
___Espere moço, você está apontando uma faca para mim? Não é possível, confiei no Sr. Mas de jeito nenhum vou deixar que me roube, esse dinheiro pertence ao meu filho.
Dito isso, o Sr. Antonio agarra-se ao assaltante e diz:
___Miserável, primeiro terá que me matar, e entra em luta corporal com o bandido.
ALGUÉM ASSISTE A POUCA DISTÂNCIA
A alguns metros de onde o Sr. Antonio tentava tomar a arma do assaltante, dois jovens assistem á contenda e comentam:
___ Maneca, aquele velho está tentando tomar a faca do outro isso ta me cheirando a assalto ,olhe o velho conseguiu! E botou o sacana pra correr! O que será que o velhote leva de tão valioso naquela mala pra arriscar a própria vida dessa maneira em Maneca ?
___Cara, não me diga que está pensando o que estou pensando?
___Claro Maneca, nós sempre pensamos juntos, já estou com do cano de ferro preparado, você segura o homem e deixa o resto comigo.
E conseguem alcançar o pobre homem.
___ Ferro nele cara, tá bem seguro.
E o Sr. Antonio é abatido de surpresa com muita violência pelos covardes marginais.
A PROCURA DE VALORES
___Bem, o homem ta pronto Maneca, vamos abra logo a mala, vamos ver o que temos.
___Cara! Logo aqui no meio das roupas velhas, um calhamaço de dinheiro, parece ter bastante grana vamos ver o restante, bem, aqui temos um bolsinho, vou abrir, interessante, aqui só tem dois retratos.
___Me deixa ver Maneca, interessante, esta é minha mãe!
___Essa outra aqui cara, é de uma criancinha, e atrás tem escrito Antonio dos Santos Junior, aos três anos, para o Papai, porra ! Tonho você matou seu próprio pai, seu próprio pai cara!
___Fazer o que Maneca? Infelizmente são ossos do ofício.
F I M
Coleção – Contos Rápidos – No. 03 – 1974
Janmota.

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