segunda-feira, 8 de agosto de 2016

AS AMANTES DO PADRE


                                                                    

A pequena Cidade de Santa Clara há muito que esperava pela nomeação de um Padre para sua Paróquia, para continuar suas atividades religiosas como: missas, casamentos, batizados e os serviços sociais que se encontravam parados por falta do Padre para executá-los em virtude do afastamento do Vigário anterior por ter sido flagrado em atos libidinosos com um dos coroinhas que o auxiliavam durante as missas.

            As Senhoras que cuidava da Igreja que eram lideradas pela primeira Dama do Município, já tinham cansado de tanto reivindicar juntamente com o Prefeito o aludido Padre junto ao Bispo do Estado para reiniciar os trabalhos da Paróquia já bastante acumulados, deixando de serem realizados a mais de dois meses.

            Mas como diz o ditado, água mole em pedra dura, já completando os três meses de espera, conseguiram trazer o tão esperado Padre.

         A CHEGADA DO VIGÁRIO

            Na chegada do dito cujo, foi uma festa só, a primeira dama juntamente com suas lideradas, fez uma festa muitíssimo bonita, com quermesse, muita música religiosa e tudo que pudesse receber o Padre com muita alegria e satisfação.

            Na espera do trem na estação encontravam-se as mais Ilustres Autoridades da Cidade estava, o Prefeito e esposa com todas as Senhoras da sociedade, Delegado e Coletor e os moradores de menos importância, todos muito ansiosos e curiosos.

            Ao descer do trem o Padre causou uma grande impressão, principalmente à Primeira Dama, pois se tratava de um jovem muito bem aparentado e vinha acompanhado de uma senhora de bonita aparência e todos ficaram ansiosos para saber quem seria,  após as apresentações foi sabido que a jovem Senhora era uma tia muito devotada ao  Vigário  que o acompanhava e cuidava do Padre, essa  explicação  veio a acalmar os mais curiosos e fofoqueiros que já estavam fazendo juízo precipitado, como também a mulher do prefeito que deu um suspiro de alivio.

            AS VISITAS

            Sempre que podiam o Prefeito juntamente com a esposa, visitavam a Paróquia para saber do Vigário se estava tudo correndo bem, com o passar do tempo começaram às visitas separadamente, a Primeira Dama na verdade estava sentindo algo diferente pelo Padre que também pelo seu jeito estava deixando transparecer que algo estava despertando dentro dele, e com mais algumas visitas da bonita mulher do Prefeito terminou acontecendo o envolvimento da Primeira Dama com o Vigário, a essa altura as fofoqueiras da cidade já faziam seus comentários velados a respeito do interesse exacerbado que a Primeira Dama vinha dedicando ao novo Vigário, embora não fosse nenhuma novidade, pois já eram conhecidas as suas aventuras com outros notáveis da Cidade.

             Sem que ninguém desse por conta, o Prefeito com sua maneira bem liberal porem muito discreta, por sua vez muito sigilosamente já estava traçando a tia do Padre e foi esse o motivo de deixar de comparecer às visitas juntamente com sua mulher, seus encontros sempre ocorriam justamente nos dias que a primeira Dama se dirigia à Igreja com a justificativa de organizar e ajudar ao Padre nos preparativos das cerimônias Religiosas e com essa desculpa passava muito tempo ocupada.

               A DECLARAÇÃO INESPERADA

            O Prefeito por sua vez aproveitava as escapadas da mulher para realizar seus encontros com a bela e gostosa tia do Padre e passavam muitas horas de idílios amorosos, em certo momento das suas confidencias, a bela tia do Padre veio a confessar ao seu amante, do qual já se achava apaixonada, que seu relacionamento com o Padre era bem mais que um simples amor de tia por sobrinho ou vice versa, na verdade essa desculpa seria para ocultar   o envolvimento amoroso, que existia entre eles, tal declaração não abalou nem um pouco o Prefeito, dado a sua permissividade e liberalidade  praticamente não sofreu nenhuma  surpresa com tal confissão.

          DESFECHO INESPERADO

            Em virtude de obras de reformas que estavam sendo executadas na Igreja e com a impossibilidade do encontro na mesma, pois a movimentação dos trabalhadores era muito grande, a primeira Dama e o Vigário resolveram marcar os encontros daquela semana em um motel que ficava afastado da cidade por alguns quilômetros, deixando assim a possibilidade bem remota de serem flagrados por alguém da Cidade, mas por uma ironia do destino seria o mesmo local que o Prefeito mantinha seu encontro secreto, e por mais uma ironia, os dois quartos ficavam no mesmo corredor e por mais uma ironia os dois quartos eram de frente um com o outro, e por mais uma ironia os casais saíram dos seus ninhos de amor no mesmo horário, os quatro pararam e se olharam, e ficaram por alguns segundos calados, e logo depois o Prefeito como bom político, tomou a iniciativa e disse:  É PADRE AINDA BEM QUE TROCADO NÃO DOÍ!

E dessa forma os casais saíram um para cada lado, e continuaram vivendo felizes e amantes, sem ódio nem rancor, dividindo sus mulheres fraternalmente.

Coleção -  Contos Rápidos – nº 018/2016

Janmota.





          

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